
As crianças imploram muito para irem ao cinema assistir “O Cãozinho Felisberto”, uma animação sobre um cachorro que quer aprender a voar. Ester é forçada a fingir desmaio para gerar comoção e eles conseguirem furar a fila da pipoca. O fiscal pergunta se Diego é pai das crianças, e Gabriel responde “Não, moço, ele é nosso gay”. Miguel derruba sem querer o baldão de pipoca no chão antes da sessão começar, mas põe tudo de volta sem ninguém ver, já que o chão tá bem limpinho. Assim que o filme começa, meia dúzia de crianças de seis anos de idade sentadas atrás de Diego reclamam que ele tem um cabeção. Diego arranca o celular da mão de uma mulher gravando stories na fileira da frente, desliga e devolve pra ela. Felisberto se escangalha todo tentando voar de lugares cada vez mais altos, e Gabriel comenta que não é assim que se voa. “Como que se voa, Gabriel?”. “Igual todos os espíritos, ué. Tem que morrer primeiro, tio, depois a alma fica levinha”. Diego fica profundamente impactado com o drama visceral de “O Cãozinho Felisberto”. As crianças gargalham com todas as piadas sobre pum de cachorro. Diego se torna uma das oito pessoas no mundo com mais de vinte e cinco anos a dar cinco estrelas e favoritar o filme no Letterboxd. Ester é esquecida na sala de cinema e acaba ficando para a sessão seguinte de “O Cãozinho Felisberto”.
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