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Se eu falasse que não tenho nada contra alguns crentes, estaria mentindo. Tenho até várias coisas contra, mas acho que nem são tantas assim como vocês talvez pensem. Até tenho amigos que são. Tipo, eu literalmente tenho amigos que são. E foi com um desses amigos que esses dias eu estava conversando sobre ter filhos. Ando falando muito sobre sobrinhos na internet ultimamente por causa do lançamento de Gay de Família, mas ser pai foi um assunto que sempre me interessou.


Nossa, então você quer ter um bebê?

Não, gente, não assim. Primeiro, vamos aqui estabelecer que quando eu falo de mãe/pai eu estou falando de quem cria e cuida da criança, tá? Pai de Instagram não conta. Se você é tio, avó, irmão, babá, primo, professora, enfim, responsável pela criança, é de você que eu estou falando.

Eu às vezes fico pensando o que eu faria em determinadas situações se o pai fosse eu. Um pai hipotético, digamos assim. Eu sinceramente acho que não levo o menor jeito para cuidar de uma criança. Brincar, mimar, tomar conta por alguns dias é uma coisa, agora se responsabilizar por vários anos da vida de um ser humano é outra bem diferente. Meu amigo estava dizendo como deve ser maravilhoso sentir por outra pessoa esse AMOR MAIOR & SUPERIOR que te faz querer proteger seu filho A QUALQUER CUSTO o TEMPO TODO, os olhos dele brilhando, o sorriso no rosto... Não dou 6 meses para ele e a esposa aparecem com um bebezinho na barriga. 

Lindíssimos os dois, mas, assim, gente... Eu acho que esse negócio de querer ter filhos simplesmente vem de dentro, sabe? Ou a pessoa quer ou não quer. A gente até pode mudar de ideia com o tempo, com nossas experiências, mas essa vontade de ter bebês, para mim, não é exatamente lógica. Acho debates nesse sentido totalmente infrutíferos, essa coisa de ficar tentando convencer as pessoas a terem ou não filhos. Porque, enquanto meu amigo entende a frase "querer proteger seu filho A QUALQUER CUSTO o TEMPO TODO" como amor, eu leio como um completo pesadelo.

Como que se vive preocupado com alguém 24h por dia, pelo amor de Deus?

Realidades assustadoras pra mim. Deixar minha filha ir para escola e eu ficar sem saber como estão tratando ela por lá. Meu filho atravessando uma rua. Minha filha praticando um esporte radical. Meu filho doente. Minha filha se metendo numa briga. Meu filho no meio de um acidente grave. Minha filha cometendo um crime. Meu filho indo para um lugar que eu mesmo nunca fui. Minha filha virando fã de Harry Potter. Essas coisas.

Não que eu concorde com eles, mas eu entendo de onde vem a mania de pais superprotetores. Tenho pra mim que existe alguma coisa no cérebro humano que desliga esse terror que pais deveriam sentir o tempo todo, porque realmente não tem como.

É engraçado que, quando eu era criança, assistir filmes da Sessão da Tarde sempre foram altas aventuras, mas, em retrospecto, agora eu percebo que toda aventura infantil é um pai ou uma mãe virando . As crianças SOMEM POR DIAS. São sequestradas. Levadas por monstros gigantes para outros mundos. Elas próprias se transformam em monstros. Encolhem. Ficam invisíveis. Voam. Enfrentam bandidos, robôs, fantasmas, demônios, outras crianças igualmente perigosas. GENTE!!!

Eu dando esporro em todas as criaturas mágicas no final dos filmes: NÃO ERA PRA TER LEVADO MEUS FILHOS SEM MINHA AUTORIZAÇÃO, PORRA. VOCÊ É UM BOI MÁGICO SEM NENHUMA RESPONSABILIDADE, SE ACONTECE ALGUMA COISA QUEM PAGA O PATO SOU EU. ARRUMASSE OUTRA PESSOA PRA SALVAR O MUNDO, ELES SÃO CRIANÇAS!!!

Aí meu amigo vem falar de amor superior. Pra quê eu quero isso, gente? Numa viagem bem quando eu e Arthur nos conhecemos, eu inventei que queria andar a cavalo pela primeira vez. Lá fomos nós: eu num cavalo, ele em outro. Do nada eu percebi que o cavalo dele estava se enroscando numa corda e visualizei todo o acidente: ele caindo e quebrando o pescoço. Fiquei em pânico. E eu não podia fazer nada, né. Quase gritei MOÇO, SALVA MEU HOMEM, mas saiu algo similar. A gente nem namorava ainda. O instrutor que estava com a gente correu, desenrolou a corda depois do meu grito e ninguém morreu. Eu nunca mais vou deixar meu marido subir num cavalo, sabe? Foi horrível querer proteger alguém a qualquer custo. Eu senti uma fração do tal amor maior e não recomendo. Se fosse meu filho, ah, gente, não sei como, mas eu daria meu jeito. Eu seria o cavalo, eu seria o instrutor, eu seria a corda, eu seria até você que está me lendo.

O sorriso no rosto de quem salvou um homem

Hoje eu posso dizer que minha vida é até bem tranquila. O último grande desespero que eu vivi foi que deu problema no gás do prédio e agora estou tomando banho frio todos os dias. Sempre que alguém me pergunta por que não penso em ter filhos, eu digo que até penso, criança é tudo de bom, mas Deus me livre criar um potterhead.


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As surpresas não param!

No mês passado, Pedro Rhuas, autor do best-seller "Enquanto eu não te encontro", participou do Podcast do PublishNews, o maior portal sobre o mercado editorial do Brasil. O tema foi a "A nova (e colorida) cara da literatura jovem", e o episódio também contou com a participação da escritora Clara Alves.


Ao final do podcast, cada convidado pode indicar um livro para os ouvintes e a indicação do Pedro foi GAY DE FAMÍLIA! "Uma história divertidíssima e de cair o cu das calças. Se vocês quiserem uma história pra rir muito, vão de Gay de Família, vocês vão adorar".

E, gente, agora simplesmente TEM MEU NOME NO SITE DO PUBLISHNEWS!!!


Me sentindo extremamente chique. Pedro, obrigado por tudo.


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Oi, gente!

Vocês estão sentados? Pois eu quase caí da cadeira quando vi que o Vitor Martins (!!!) indicou meu livro Gay de Família na newsletter dele!


Foi minha leitura mais recente e eu gargalhei do começo ao fim. É uma novela, na verdade, para ler rapidinho quando der vontade de escapar das festas de fim de ano, e quando você começa é impossível parar. Conta a história de um tio gay que precisa cuidar dos 3 sobrinhos que ele mal conhece porque sua relação com a família é toda complicada. É leve, divertido e muito bonito. A instituição Tios Gays é tão comum no mundo, e eu fico feliz de ver mais personagens assim tendo suas histórias sendo contadas. Uma leitura rápida, disponível em eBook e de graça para os assinantes do Kindle Unlimited!

Para quem não conhece (QUEM NÃO CONHECE???), o Vitor é um dos meus escritores favoritos, autor da LINDEZA "Quinze Dias" e também de outros livro de sucesso como "Um milhão de finais felizes" e "Se a casa oito falasse", esse último recém-lançado. O Vitor mantém uma campanha no Catarse onde ele envia quinzenalmente um texto inédito para os apoiadores contando sobre a vida dele, curiosidades sobre seus livros e os bastidores do que anda escrevendo. Para quem quiser assinar, só vir aqui no Escreve, Vitor!

Vitor, se estiver lendo isso, SAIBA QUE EU EXPLODI DE AMOR. Sério, que honra. Nem tenho palavras.


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Enquanto para algumas pessoas viralizar na internet é um verdadeiro pesadelo, eu simplesmente aguardo por esse momento todos os dias. Eu amo hitar. Um milhão de notificações no meu celular, um monte de gente falando comigo, meus amigos enlouquecidos, me sinto famoso. Como eu só faço sucesso falando as coisas mais aleatórias possíveis, nunca me fez mal. Vou lá, aproveito meus 15 minutos de fama, depois minha vida volta ao normal. Não foi diferente dessa vez.

Tweet de @felipe_fgnds: "Trabalhe com o que vc ama" Ai, amiga, se tiver pagando bem e vc não odiar já tá ótimo. Vai amar gente, pet, seus hobbies, não complica sua vida não

Na minha cabeça, era um tweet banal & inofensivo. Eu tinha tido essa exata conversa no meu clube do livro alguns dias atrás sem nenhuma grande comoção. Basicamente só copiei e colei minha própria mensagem e publiquei no Twitter. Simplesmente DO NADA o mundo explodiu.

(Rindo que me tornei quem silenciosamente sempre critiquei: o twitteiro básico que hita dizendo apenas o óbvio. Bebam água! Amem os amigos de vocês! Não corra atrás de quem não te trata bem! Pelo amor de Deus, gente)

O ponto é que, ok, alcancei o tão sonhado hit, mas com ele veio também a já esperada situação de que atualmente no Brasil e no mundo está complicadíssima a interpretação de texto. Juro que aqui me incluo também, porque sempre é uma via de mão dupla. A pessoa que escreve a mensagem sempre pode se fazer entender de forma mais objetiva, enquanto a pessoa que lê precisa usar da sua boa vontade e relembrar das aulas de Português do Fundamental. Geralmente, uma das partes falha, às vezes as duas, deixando a comunicação impossível. Quando isso acontece no Twitter, que é uma rede ótima pra gente lacrar, mas não necessariamente conversar, vira um inferno.

Enfim, eu quis dizer uma ou duas coisas no tweet, entenderam uma coisa que eu disse, cinco que eu não disse, teve gente discordando do que eu nem falei e gente concordando comigo sobre o que eu também não falei.

Deus me livre fazer aqueles tweets horríveis com vários adendos que ninguém lê depois, mas aqui, meus amigos, no nosso espaço de conversa, resolvi comentar o que eu quis dizer, o que eu ouvi e uma ou outra coisa que eu aprendi lendo as respostas ao tweet. Imaginem essa newsletter como os adendos que eu faria se eu fosse um twitteiro inexperiente sofrendo a pressão das massas. Vamos aos tópicos!

1. TUDO BEM AMAR O TRABALHO, SEU CORNO. Muita gente entendeu que eu estava criticando quem ama o próprio trabalho, quem trabalha na área dos sonhos, quem se encontrou num emprego e hoje em dia não se vê fazendo outra coisa etc. Gente, pelo amor de Deus, o tweet não era sobre isso. É na verdade desejável que você goste do que você faz 8h ou mais por dia, né. A crítica é sobre isso ser obrigatório para ser feliz. Às vezes as pessoas se metem em várias furadas para trabalharem com o que elas amam sendo que elas teriam uma vida muito melhor em termos de qualidade de vida se escolhessem fazer outra coisa.

2. MEU CASO COMO EXEMPLO. Minha paixão é escrever. Gay de Família finalmente está aí no mundo me enchendo de orgulho, eu sou escritor. Eu amo esse meu trabalho. Mas esse é meu trabalho formal? É minha primeira profissão? É a minha formação? Não, porque eu ainda não enlouqueci. Nas atuais circunstâncias (e, sinceramente, não vejo a possibilidade nem daqui a 10 anos, sei lá) não há como eu me sustentar sendo escritor. É o que eu amo? É. Mas, se eu largasse tudo para me dedicar exclusivamente a isso, passaria até fome. Minha qualidade de vida iria para o chão. Daí que eu também sou analista de sistemas. Pois é, uma carreira que não tem NADA A VER com escrita criativa. É minha paixão da vida? Não. Eu odeio trabalhar como analista? Também não. Paga todas as minhas contas, eu sou um bom profissional, posso exercitar outras habilidades que a escrita criativa não me permite (lógica, matemática etc), é um trabalho que no meu caso é tranquilo, eu até gosto, e, o mais importante, me dá condições de investir na minha vida pessoal e na minha verdadeira paixão que é a carreira literária. De onde vocês acham que veio o dinheiro para produzir o ebook de Gay de Família?

3. NÃO É TUDO POR DINHEIRO. Daí que eu sempre bato na tecla da qualidade de vida. Muita gente no meu tweet ficou "Isso mesmo, vou pra onde estiver pagando mais". Geralmente salário mais alto e qualidade de vida andam juntos, mas também nem sempre. Cada caso é um caso. Às vezes a empresa que paga mais vai arrancar tanto seu couro que você não vai aguentar um mês lá. Mas também pode ser o caso da empresa que paga mal kkkkkkkk Eu já troquei de emprego para um que pagava menos porque ia aprender mais sobre programação na empresa nova. Eles não pagavam mal, só um pouco menos. Na época fez sentido para mim. Tem que analisar os benefícios, a localização da empresa, se o ambiente é legal, se as pessoas com quem você trabalha não fazem da sua vida um inferno, se você não passa tempo demais na condução, se você não tá trabalhando horas demais... Tudo isso vai afetar a qualidade de vida. Tem empresa que explora tanto que, dependendo da sua situação, vale mais a pena ficar desempregado.

4. TRABALHOS QUE EU NÃO CURTO. Se eu não tivesse escolha, eu limparia até a bunda do presidente pra garantir meu sustento, né, mas na minha condição atual há trabalhos que, me conhecendo, eu vejo que não são pra mim. Por exemplo: Telemarketing. Gente, eu odeio telefone. Qualquer emprego que se passa a maior parte do tempo ligando para as pessoas eu simplesmente irei odiar, não importa o salário. Também odeio abordar pessoas na rua, tentar vender produtos, não gosto de incomodar. Nem preciso ir tão longe, dentro da minha própria área, a Ciência da Computação, há cargos e funções que quero distância. Dentro da própria empresa onde trabalho há cargos que, mesmo pagando bem mais do que eu recebo, de longe eu vejo que não são para mim. Vão exigir mais da minha vida pessoal, vão me deixar mais estressado, mais cansado, às vezes o dinheiro nem compensa. É esse tipo de coisa que a gente tem que colocar na balança na hora de saber onde quer trabalhar.

5. UMA POSSIBILIDADE. As pessoas no geral acham meio triste você não trabalhar com o que você ama, provavelmente culpa da Disney ou sei lá, mas uns anos atrás eu li um livro que mudou muito minha visão sobre isso. Infelizmente não foi publicado no Brasil, mas é o One Person / Multiple Careers da Marci Alboher, que fala justamente sobre pessoas com carreiras duplas ou até triplas, tipo eu que sou que analista de sistemas / escritor / organizador de clubes do livro. O livro diz que as pessoas acabam descobrindo que é muito difícil que uma única carreira/emprego dê tudo o que uma pessoa busca para se sentir realizada, e que é muito natural e comum usar carreiras paralelas para complementar essa realização, às vezes como hobbies, às vezes como fontes de renda menores etc. O livro traz vários arranjos interessantes, depoimentos e ideias de como diversificar a própria carreira. Fica aí a dica.

Enfim, gente, imagina o horror de tentar dizer isso tudo no Twitter. Se você leu até aqui e ainda discorda de mim, agora pode me xingar, mas com carinho.

Tá feliz? Bora trabalhar.


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É explodindo de gratidão que venho informar que o João do canal no Youtube "Cobra Letrada" fez um vídeo incrivelmente gentil falando da experiência dele lendo meu livro, Gay de Família! Tá a coisa mais linda e NÃO TENHO PALAVRAS pra expressar o quanto é importante pra mim, nesse momento, ter uma resenha em vídeo confirmando para o mundo que meu livro existe.


João, se você estiver lendo isso, muito muito muito obrigado.

Aos demais, assistam o vídeo! Está bem legal :) 


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É isso, gente, meu livro Gay de Família foi oficialmente publicado e qualquer pessoa com uma conta na Amazon pode comprar e ler na hora!

O ebook custa R$ 5,99, e também está disponível no Kindle Unlimited, o programa de leitura de ebooks da Amazon, onde você pode ler um montão de livros digitais por uma mensalidade praticamente simbólica quando a loja inventa de fazer promoção.

Além disso, já tenho motivos para comemorar porque, com pouco mais de 1 semana de lançamento, Gay de Família tem tido uma repercussão muito positiva! As resenhas e avaliações estão sendo extremamente gentis, e o livro já chegou na casa de mais de 300 pessoas!!! MUITO OBRIGADO você que está lendo e também fazendo o boca a boca acontecer! Ao terminar de ler, deixe sua avaliação na Amazon. Conta muito pra mim!

Para quem é usuário dessas plataformas, Gay de Família também está cadastrado no Skoob e no GoodReads. Se puder, ponha o livro em sua estante. Deixe uma resenha caso tenha curtido a leitura!

Obrigado, gente! 

Todo esse carinho está servindo de combustível pra fazer esse livro voar!


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Gente, é uma felicidade imensa para mim vir aqui deixar registrado nesse site que a partir de hoje minha carreira literária é agenciada pela Increasy!

Logotipo da Increasy: uma máquina de escrever

Sim! Agora eu tenho agentes do meu lado!

A Increasy é uma empresa de consultoria literária que, dentre outros serviços, também faz o agenciamento de escritores. Há muito tempo acompanho o trabalho das agentes que fazem parte dessa equipe, e elas representam hoje vários nomes que estão sempre aparecendo nas listas dos Mais Vendidos, como os casos mais recentes do Pedro Rhuas e da Clara Alves. Eu mal acredito que agora também faço parte desse time!

Ter sido chamado pela Increasy em grande parte se deu pelo barulho que vocês, meus amigos e leitores, me ajudaram a causar durante a pré-venda de Gay de Família. MUITO OBRIGADO POR ISSO! 

Tem muita coisa boa vindo por aí ainda!


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A fama veio, gente! Foi com toda pompa e circunstância que a pré-venda de Gay de Família foi anunciada e a capa revelada pelo Sem Spoiler, o perfil literário mais incrível e popular do Twitter! O resultado foi explosivo e nas primeiras 48 horas o livro bateu mais de 100 vendas, o que na verdade era a minha meta para as duas semanas de pré-venda. O céu é o limite agora!

A thread completa pode ser conferida nesse link aqui e nos prints abaixo.









Em breve mais notícias! E já tenho muitas novidades


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Qualquer pessoa que tem o mínimo de intimidade comigo sabe o quanto eu adoro planejar. E todo mundo que me acompanha há pelo menos um mês percebeu que alguma coisa não estava funcionando nos meus planos de publicação de Gay de Família. Gente, vocês estavam certos. Eu prometi horrores. Eu dei datas, chegou no dia e flopou. Eu disse AGORA VAI e não foi. Fiquei SEMANA QUE VEM e tive que adiar. Em agosto estava tudo pronto, mas outubro veio e não rolou. FINAL DE OUTUBRO e nada. Disse que de novembro não passava, mas aí...

MAS AÍ UMA OVA, POIS TUDO DEU CERTO DESSA VEZ! 

No topo da capa está o título GAY DE FAMÍLIA bem grande. Abaixo do título estão ilustrados um homem, 3 crianças de idades diferentes e uma gata. O homem adulto está de pé e veste camisa cropped, bermuda e chinelos. Em seus ombros está o menino do meio, que veste asas de fada, tiara de princesa e segura uma espada nas mãos. A gata passeia no meio das pernas do homem. O menino mais novo veste preto e está no chão com um caderninho jogando jogo da velha sozinho. A menina mais velha veste um vestido vermelho e segura uma raquete. O menino mais novo é branco, o menino do meio tem a pele marrom escuro e a menina e o homem possuem a pele marrom claro. A gata possui manchas pretas e laranjas sobre branco. O fundo da capa é amarelo, com triângulos. Na capa há 2 blurbs onde se lê: [Você vai gargalhar - Sem Spoiler] e [De cair o c* das calças - Pedro Rhuas]. No rodapé da capa aparece o nome do autor: FELIPE FAGUNDES.

"Diego não faz questão nenhuma de manter contato com a família.

Seu irmão mais velho, porém, aparece em sua porta implorando por um favor: que Diego seja babá dos três sobrinhos por uma noite, crianças com as quais ele nunca conviveu.

De olho na grana que o irmão promete pagar e acreditando piamente no seu próprio potencial como tio, ele aceita o desafio sem imaginar que os pequenos são, no mínimo, peculiares. O menorzinho se veste de preto e tem um amigo imaginário. O do meio ama princesas e transformar a casa numa zona de guerra. A mais velha quase não fala. Ainda por cima, vieram acompanhados de uma gata hedionda que provavelmente já matou gente.

Dividido entre prestar atenção nos sobrinhos ou no novo vizinho gostoso que chegou ao seu andar, Diego terá que provar que pode dar conta do recado, sem perder o rebolado que apenas um tio gay é capaz de manter."

Isso mesmo, GAY DE FAMÍLIA está entre nós!!! De fato EM PRÉ-VENDA NA AMAZON, disponível para compra em formato digital por R$ 5,99.

GENTE, EU TÔ TÃO TÃO TÃO TÃO FELIZ, VOCÊS NÃO FAZEM IDEIA! E, se fazem, multipliquem por mil! Olhem que capa fofa. As crianças do jeito que imaginei! A gata geniosa! O tio sendo um grande gostoso! Os blurbs de GRANDES NOMES do Twitter fazendo eu me sentir um escritor aclamadíssimo pela crítica! Estou num sonho??? Pelo amor de Deus, espero que não.

Eu sei que para a maioria de vocês só agora parece que está acontecendo alguma coisa do lado de cá com o livro no mundo, mas eu sinto que já corri uma maratona inteira. Escrever um livro pode ser uma atividade extremamente solitária, mas publicá-lo, se você quiser fazer direito sem se autodestruir no processo, com certeza não é. Foi a primeira vez que levei uma história minha para tão longe da minha gaveta e no caminho fui descobrindo que não ia conseguir chegar até o final sozinho. Precisava de gente muito mais competente do que eu, gente que sabia o que estava fazendo, porque eu com certeza não sabia. Nossa, em cada etapa eu fui descobrindo uma coisa nova que eu definitivamente deixaria passar se fosse eu mesmo tentando fazer. Acho que saí do processo muito mais humilde do que entrei, entendendo como o escritor é na verdade apenas um ignorante. Eu já sabia, na verdade, pois tenho alguns amigos que trabalham no mercado editorial, mas é diferente sentir a coisa toda funcionando na prática. Livro é um esforço coletivo, e Gay de Família não foi diferente, mesmo sendo um ebook de 84 páginas. Então, esse texto é um registro de alguns lugares por onde passei para chegar até aqui, mas também uma longa lista de agradecimentos.

O TEXTO

Eu tinha acabado de sair de um processo feliz, mas exaustivo de escrever o livro mais longo que já ousei escrever em toda minha vida (será que vem aí em 2022?). Era final de 2020 e havia séculos que eu não sabia mais como era a sensação de trabalhar numa ideia nova. Sabe? Começar do zero e tal? Então procurei dentro de mim por uma história que eu pudesse contar em menos de 100 páginas (porque Deus me livre já me atracar com outro livro gigante), mas que tivesse início, meio e fim, então Gay de Família veio daí. Não foi sem dor. Apesar de muito piadista, tenho sentimentos conflitantes com sarcasmo e protagonistas irônicos demais (Ex: Dr House, Chandler de Friends, Yang de Grey's Anatomy e similares), mas para Gay de Família eu senti que um protagonista desse tipo seria o ideal. Então no começo eu fui escrevendo e rindo, rindo, rindo e lá para o meio eu já estava QUE CARA MALA, MORRE DIABO. Fiz todo um trabalho de calibrar o sarcasmo para eu mesmo conseguir seguir adiante e aprender a amar o Diego, meu protagonista, do jeitinho que ele é. Essa parte aqui já parece algo que eu consigo fazer sem a ajuda de ninguém, mas o resultado sai absurdamente melhor quando eu paro para ouvir a opinião dos meus leitores betas e amigos pessoais Taiany Araújo e Felipe Vieira. Não publico uma linha de ficção antes de passar por esses dois. Foi maravilhoso passar do ódio ao amor por esse livro com vocês dois!

O WATTPAD

Eu tive essa ideia maluca de publicar meus livros no Wattpad antes de irem para a Amazon e, bom, Gay de Família estava lá! Eu avisei e tudo. Não era segredo. Você que estava quase vindo aqui cair no soco comigo porque esse livro não saía, O LIVRO ESTAVA LÁ NO WATTPAD, HOMEM, BASTAVA LER. Numa versão beta, verdade. Sem capa, sem revisão, mas na íntegra. Só retirei porque a Amazon pede por exclusividade. De qualquer forma, muito obrigado a quem leu enquanto estava lá. O feedback também foi valioso! TODO MUNDO disse que precisava ter uma raquete na capa e aí está! Consegui incorporar no texto quase todas as melhorias que sugeriram. Quem leu no Wattpad e comprar na Amazon vai ler um capítulo extra com uma entrevista super intimista & exclusiva comigo! Além de sentir a magia da preparação de texto.

A PREPARAÇÃO

Muitos não sabem, eu mesmo não sabia até pouco tempo atrás, mas existe uma fase mágica no meio do processo que se chama Preparação de Texto. Eu mal sei explicar. Ela leva seu texto do lixo ao luxo. Seu texto que é poeira vira poesia. Eu quase não estou brincando. Eu conheço muitos profissionais que revisam e preparam textos, inclusive alguns amigos meus, mas para Gay de Família eu procurei por alguém que na minha cabeça também iria entender da história, sabe? Alguém talvez dentro do público-alvo, que saberia me apontar se a linguagem estava adequada para o tipo de história que eu estava me propondo a contar, e não apenas a revisão ortográfica/gramatical. Então, a Sofia Soter foi fenomenal. Eu revisei mil vezes com meus betas, deixando o texto do melhor jeito possível dentro das minhas condições, mas, ainda assim, a Sofia encontrou formas de deixar as frases belíssimas. Inverteu a ordem das palavras, cortou parágrafos inúteis, sugeriu palavras mais adequadas, pontuou inconsistências... Tudo na base da sugestão mesmo, não fui obrigado a aceitar nenhuma das alterações. Ela foi até além do esperado e apontou gentilmente trechos problemáticos que me fizeram refletir e cortar da versão final. Enfim, sem a preparação, "Gay de Família" muito mal seria apenas um "G". Se você é um escritor e pode contratar esse serviço, contrate. É a melhor coisa que você faz pelo seu texto. A Sofia inclusive faz preço especial para autores independentes e eu recomendo demais o trabalho dela!

A CAPA

Tweet de @felipe_fgnds: "Gente, tô dando a ALMA pra capa de Gay de Família ficar legal então quando sair é obrigação de todo mundo gostar, ok? Ah, mas achei feia. FINJA."

Eu odeio capas. Minto. Eu adoro capas. O que eu odeio é ser a pessoa responsável por trás de todas as decisões que trarão uma capa de livro à existência. Eu sou péssimo nisso. Deveriam me tirar da sala, decidir sem mim e só me chamar no final pra dizer sim ou não. Fontes, cores, estilos, paletas, pelo amor de DEUS, o que é um círculo cromático? Eu quase morri quando me explicaram o que é uma SERIFA. Lindíssima minha capa jamais me contradigam, mas o processo inteiro foi HORRÍVEL.

Tweet de @felipe_fgnds: "Quero todo mundo falando NOSSA, QUE CAPA INCRÍVEL e podem até exagerar É A CAPA MAIS MARAVILHOSA QUE JÁ VI NA VIDA e eu vou ficar "calma, gente, não é pra tanto também", mas vocês não vão me ouvir pois estarão ocupados elogiando a capa belíssima do meu livro"

Em agosto, sei lá, estava tudo pronto, a pessoa que ilustrou foi perfeita e fez exatamente o que eu pedi, mas na hora de divulgar em outubro... recebi o feedback do Sem Spoiler de que a capa "não estava traduzindo muito bem a história". E, gente, não estava mesmo kkkkkk. DEIXANDO AINDA MAIS EVIDENTE AQUI que de fato não foi por causa de quem ilustrou, mas::: por minha causa. O erro foi todo meu e eu meio que já sabia, mas insisti em algo nada a ver. Então NA HORA DE DIVULGAR tive a confirmação que eu temia de que, se eu publicasse, a capa provavelmente seria criticada e muita gente poderia deixar de ler achando que a história era uma coisa, mas é outra. Doutor, esse foi o motivo do meu colapso etc.


Isso acabou com TODOS os meus planos e cronogramas e datas e noites de sono, porque eu tive que correr atrás de outro conceito de capa, outra pessoa para ilustrar mais dinheiro para gastar e tudo isso muito rápido para conseguir publicar ainda em novembro. Foi simplesmente por isso que eu tive que adiar tudo mil vezes.

Eu quase chorei quando encontrei a Laura Guedes no fundo das profundezas do inferno (uma lista com mais de 200 perfis de ilustradores no Twitter. Olhei os 200, juro por Deus).

Trabalhar com a Laura foi um grande alívio, não só porque eu estava em terrível agonia, mas porque ela é tão talentosa que tirou essa capa que vocês estão vendo disso aqui:


Recomendo demais o trabalho da Laura! Mas ai de vocês se um dia eu entrar em contato com ela, e ela falar que tá ocupada trabalhando em livro dos outros, vou ligar pra polícia e mandar prender vocês, pois isso é roubo.

DIAGRAMAÇÃO

A Karen Alvares... CONTRATEM A KAREN ALVARES. Ela é a pessoa que vocês vão querer no time do livro de vocês. Ou isso ou vão terminar com um ebook todo feio e torto, como já vi muitos. Porque é isso que a diagramação de ebook faz: deixa o texto com cara de livro de verdade, com cara de profissional, sem a Amazon encrencar. Capa, folha de rosto, ficha técnica, sumário, inícios de capítulos, imagens, ilustrações, dados do autor, algumas formatações e outras coisas mais. Isso tudo é muito importante, porque impacta diretamente na experiência do leitor, mesmo parecendo coisa pequena. NÃO É. A Karen foi um ANJO nessa diagramação porque por causa desse caos da capa a gente precisou alterar o arquivo final algumas vezes até chegar na versão que vocês vão receber no dia do lançamento. Eu já conferi e está TODO LINDINHO. Quando vocês verem uma setinha com rabinho enrolado separando cenas no meio do texto, saibam que foi ideia da Karen e eu amei.

BLURBS

Para quem não sabe, blurbs são essas frases que vêm nas capas e/ou sinopses dos livros com pessoas famosas recomendando o livro em questão. Juro para vocês, NEM EM MIL ANOS eu iria imaginar que minha primeira história publicada na Amazon viria com blurbs do Sem Spoiler – o perfil literário mais influente do Twitter inteiro – e do Pedro Rhuas – autor best-seller da VEJA que está bombando horrores com seu livro Enquanto eu não te encontro. Eu mal sei como isso aconteceu! Vendi meu livro de um jeito que chamou a atenção do Sem Spoiler, o texto convenceu e o resto foi consequência. Eu sei que eu também tive sorte. O Sem Spoiler não divulga livros de poesia, por exemplo, então se você escreve para esse gênero, provavelmente nunca vai conseguir um blurb deles. Não teria chegado no Pedro Rhuas também se Gay de Família fosse muito diferente do que ele escreve e costuma ler. Fica aqui a dica de que é muito importante conhecer os influenciadores com os quais você quer trabalhar, às vezes as propostas simplesmente não combinam.  Só tenho a agradecer ao Alfredo Neto do Sem Spoiler, que abriu várias portas para esse tio e seus sobrinhos, e ao Pedro Rhuas, que literalmente ESTAMPOU UM CU NA CAPA DO MEU LIVRO. Muito obrigado!

Outra obra ficcional que também tem um cu na capa


POR HOJE É SÓ

Viram? Livro é coletivo. Não foi só eu, tem muita gente por trás. Quem puder eu peço que compre! 5,99, gente! Tem comédia, tem drama, tem fofura, tem susto, está tudo de bom. O número de vendas que eu conseguir acumular durante a pré-venda é muito importante pra entrar no meu "currículo de escritor" para depois eu chegar nas agências literárias e editoras e poder falar "Ei! Olha aqui, eu vendi 1 milhão de cópias em 2 semanas". 1 milhão é exagero meu, mas será que eu consigo vender 100 cópias? 200? Realmente não tenho ideia do alcance que essa história vai ter com o que planejei para ela, mas vamos descobrir! Volto aqui e conto para vocês.

COMPREM GAY DE FAMÍLIA! Divulguem nas redes sociais! Contem pra 1 amigo! Chega pra vocês dia 22/11!

Você tá feliz? EU TÔ EXPLODINDO DE ALEGRIA.


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Agora é para valer!

Depois de muitas datas anunciadas, desmarcadas, canceladas e adiadas, DESSA VEZ parece que vai acontecer o início da pré-venda de GAY DE FAMÍLIA, minha primeira história a ser publicada na Amazon em formato digital!

O ebook está pronto, a capa ficou perfeita, quem tinha que subir no barco já subiu, agora só nos falta zarpar!

Então, é isso. Segunda-feira, dia 08/11, Gay de Família estará disponível para compra! Fique de olho aqui no site, nas minhas redes sociais e/ou na minha newsletter para mais detalhes assim que o livro for publicado.


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Digamos que eu seja marido de um gamer. Muito se fala da namorada do gamer, aquele estereótipo machista pra caramba da mulher insuportável que fica enchendo a paciência do cara de 30 anos que quer apenas passar a tarde inteira jogando FIFA 2021 ao invés de lavar a louça e cuidar do próprio filho recém-nascido, mas, tipo, eu nem tenho filhos. Nem de longe me representa. Não é disso que estou falando quando evoco as palavras marido de gamer.

Não tenho nada contra videogames, até já tive alguns consoles populares quando criança, mas, não sei, não são muito minha praia? Acho o conceito divertido, mas, se eu tivesse que montar um ranking com as minhas atividades favoritas, nas primeiras posições estariam ler, escrever, conversar, lá pelo meio ia ter cantar, ouvir música, transar, e mais pro finalzinho, dependendo do jogo, ia ter o videogame. Acontece que eu sou lerdo também, e qualquer coisa que exija uma resposta rápida já me apavora. OLHA O MONSTRO AÍ. Pronto, game over, me matou. Acabam comigo esses joguinhos de usar magia, matar bicho, coisas desmoronando, gente dando tiro, lutar com demônios gigantescos, Deus me livre. Meu tipo de jogo perfeito é aquele que tudo bem se eu demorar 5 horas para decidir meu próximo movimento. Ou seja, um joguinho de damas com a minha melhor amiga no asilo é o ideal.

Quando eu conheci o Arthur, havia eras que eu não interagia com um videogame. Nem tinha televisão na minha casa, pelo amor de Deus. Ver ele ali jogando todo dia, da mesma forma que eu leio todo dia, despertou algo diferente em mim: descobri minha verdadeira vocação no mundo dos games.

Não sou a namorada chata que tem que limpar bunda suja de bebê todo dia sozinha. Eu sou o copiloto do gamer.

Nossa, gente, é um trabalho extremamente necessário e eu todos os dias estou ali nos bastidores ajudando meu marido a alcançar o melhor desempenho possível. Posso ser um péssimo jogador, mas, modéstia à parte, sou ótimo em ficar apenas observando e comentando como se fosse um filme. Se eu fosse entrar no mercado profissional de maridos de gamers, o meu currículo seria mais ou menos assim:

  • 3 anos de experiência com foco em RPG e narrativas LGBT+. 
  • Excelente em puzzles. 
  • Análise precisa de todo o contexto emocional dos personagens envolvidos para tomadas de decisão. 
  • 92% de sucesso em desvendar o fio narrativo.
  • Curadoria de games (veto jogo chato e esteticamente desagradável).
  • Identificação imediata do personagem gay da trama, mesmo que o jogo nunca confirme.
  • Comentários engraçados ao longo de toda jornada, extremamente relevantes para levantar a moral do piloto.

Tweet de @felipe_fgnds: "Obriguei Arthur a mudar o cabelo do personagem porque tava feio e o jogo precisa ser esteticamente agradável pra eu acompanhar. Exijam seus direitos de cônjuge de gamer, meninas"

É uma carreira, sabe? Não é só sentar lá do lado com cara de cu e torcer pra jogatina acabar logo, é de fato participar. Eu adoro identificar os pontos fracos do Arthur como jogador e tentar preencher esse espaço com minhas habilidades. Por exemplo, ele odeia ler diálogos muito longos, documentos, manuais etc. Mas às vezes as respostas pra passar de fase simplesmente estão ali. Então eu faço uma leitura dinâmica e capto a informação.

 Pra onde será que tem que ir?
 Pro porão da fulana.
 Como você sabe???
 Ela disse.
 Quando???
 Ela literalmente acabou de dizer.

Também é importante exercer o que eu chamo de cyber sensibilidade, que é quando a gente percebe que o jogo não diz com todas as letras que ALGO vai acontecer, mas as pistas estão lá: na fotografia, na trilha sonora, nas viradas dos diálogos... Nunca vou esquecer o jogo de zumbi que Arthur estava jogando e eu disse "Calma, tem cara de ter um monstro nessa parte aí" e realmente tinha. Aí, depois de matar, ele foi andando todo serelepe, e eu:

 CALMA, deve ter um segundo monstro.
 Mas eu acabei de matar um, não faz sentido ter outro.
– Exatamente por isso eu colocaria um segundo monstro se eu fosse o dono desse jogo, porque o jogador que já matou um monstro acharia que seria demais ter mais um monstro aí.
 ...?
 Eu estou SENTINDO um segundo monstro.

E TINHA UM SEGUNDO MONSTRO!!! Enfim, cyber sensibilidade. Basta desenvolver.

No fim das contas, também é uma experiência muito gratificante pra mim. Eu sei, se você me acompanha há muito tempo provavelmente faz parte do Mundinho Leitores BR e acha que livros são o suprassumo do prazer humano alguns são mesmo GAY DE FAMÍLIA EM NOVEMBRO NA AMAZON. Talvez eu te mate agora: videogames também podem contar histórias maravilhosas! Realmente é isso, gente, às vezes Arthur está ocupado ou simplesmente não tá muito a fim de jogar naquele momento e eu fico PELO AMOR DE DEUS, CONTINUE A HISTÓRIA. Ou então eu sou o ocupado da vez e vejo ele pegar o controle e grito NÃO OUSE JOGAR SEM MIM. É mesmo como ler um livro, ver um filme, uma série, e às vezes há vários finais que vão depender das decisões que a gente toma no decorrer do jogo, coisa que livro nenhum nos proporciona, convenhamos. Não estou dizendo que é melhor, apenas que é uma mídia... diferente. E, se assim como eu você não tem interesse em jogar, talvez tenha interesse em assistir. Juro pra vocês, tô aprendendo muito sobre escrever livros assistindo meu marido jogar. Tem plots dentro de alguns jogos que acompanhei que fiquei UAU, ISSO DARIA UM LIVRO INCRÍVEL. Dependendo do jogo, tem muito drama, comédia (amo!), romance e cada vez mais gays, o que é sempre uma boa pedida.

Tweet de @felipe_fgnds: "Intrigado com a escolha estética de The Witcher 3 (só tem homem feio)"

Acho que meu conselho para quem juntou os trapinhos com um gamer e não é lá muito fã desse tipo de entretenimento é: se não pode vencê-lo, talvez tente se juntar a ele? Se pá, você até gosta. 

Mas isso não isenta seu macho de lavar uma louça nem trocar fralda não. Se valorize, mulher.

PS: A imagem no começo desse texto foi criada e cedida por StockGiu.


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Foi numa quinta-feira que a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa em home office aconteceu comigo: meu adaptador wi-fi USB queimou.

Meme da Mônica no computador, mas ao invés do famoso "ata" está escrito "Se vira, otária"

Sei que não parece, mas, além das profissões gay e escritor, eu também trabalho como analista de sistemas numa empresa de tecnologia. É na verdade o emprego que paga todas as minhas contas, já que escrever só me faz perder dinheiro. Ironicamente, a solução da Firma para eu poder trabalhar de casa quando a pandemia começou não foi me darem um notebook de última geração, mas, sim, me fazerem carregar UM PC DE MÉDIO PORTE até em casa. Achei que fosse piada quando me contaram, mas pisquei os olhos e lá estava eu num Uber equilibrando monitor, teclado e gabinete no colo. Isso e o adaptador wi-fi, que depois de um ano perdeu a vontade de viver, como todos nós.

Avisei meu chefe antes do adaptador pifar de vez, primeiro porque, se pifasse, eu não conseguiria mais trabalhar (Deus me livre usar meu 3G em prol da Firma, sou contra), segundo que eu estava pronto para sair para comprar um novo desde que meu chefe garantisse o reembolso. Ele garantiu! Então lá fui eu.

Gente, é impressionante como nada de bom acontece quando a gente sai de casa na pandemia. Não há mais felicidade no mundo exterior, apenas coronavírus. Esses dias vi um episódio de Solos (uma série que você não conhece porque é da Amazon Prime, a Record dos streamings) sobre uma mulher que não quer mais sair de casa mesmo com o fim de uma pandemia que já havia terminado há VINTE ANOS. Tenho certeza que ano que vem eu e essa mulher seremos a mesma pessoa. Mas enfim.

Personagem Sasha de SOLOS (Uzo Aduba) deitada num sofá lendo um livro dentro de uma casa de vidro cercada por uma floresta
Pra quê sair de casa se podemos ficar aqui dentro lendo pra sempre?

Comprei o adaptador numa loja aqui perto de casa, um modelo idêntico ao que eu tinha. Fui e voltei reclamando: do sol, de ter que andar, do desgoverno, de como a raça humana é completamente refém da internet e de que um dia os computadores vão se vingar de todos nós. Não demorou muito, na verdade, pois cheguei em casa e o adaptador não funcionou. Não conectava, não pegava rede.

Outro motivo que eu não comento muito ser um analista é que sou uma FARSA. Simplesmente odeio configurar coisas. Instalar programas, componentes, gadgets, devices... Prefiro a morte. Então quis entrar no caixão quando o adaptador se recusou a enxergar meu wi-fi. Tentei de tudo, principalmente chorar escorregando pela parede até o chão, mas foi o menos eficaz. Meu marido tentou ajudar e disse calmamente: deve estar com defeito, melhor ir lá trocar.

MEU DEUS, QUEM DIZ ISSO???? COMO ASSIM TROCAR SE EU ACABEI DE COMPRAR?

Foi uma tarde de muito sofrimento porque eu levantei mil argumentos de por que eu NÃO deveria ir lá incomodar o pessoal da loja com um problema que eu mesmo causei, mas Arthur me garantiu que eles trocam produtos o tempo todo e na grande maioria das vezes é um procedimento muito fácil. E que era isso ou eu mesmo pagar por um adaptador quebrado.

Tweet de @felipe_fgnds: "Acabei de passar por uma situação extremamente traumática: tive que voltar numa loja pra trocar produto que veio com defeito. Arthur não me deixou jogar fora e apenas fingir que nunca comprei"

Não sei dizer se é uma coisa da minha geração, mas eu odeio incomodar as pessoas. E trocar um produto numa loja é o mesmo que dizer para os vendedores "faça esse trabalho pra mim de graça e fique com um produto inútil que eu já abri, sua vadia".

Cheguei na loja mortificado, falei com a vendedora, mostrei a nota. Ela chamou a gerente, que me perguntou:

 Você tirou o lacre?
 Que lacre?
 Todos nossos produtos vem com lacre.

E, gente, realmente tudo na loja tinha lacre menos o adaptador que eu comprei. Eu não lembrava de ter tirado lacre nenhum, mas tinha certeza de que não tinha trocado o adaptador velho pelo novo, apesar de serem idênticos. ONDE estava meu lacre?

 Vamos ter que olhar nas câmeras então.

MINHA SENHORA, ME PRENDA AGORA, ME LEVE PRA CADEIA, É ISSO QUE A SENHORA QUER. Fiquei lá esperando, né, fazer o quê, minha sanidade mental completamente transformada numa sacolinha da C&A jogada ao vento. Já estava duvidando de mim mesmo, de repente ela ia olhar nas câmeras e descobrir que não apenas havia um lacre como também eu tinha cabelo moicano e me chamava Augusto.

Talvez fosse um teste, porque ela nem olhou nada. Vai ver desistiu, por todo o trabalho que ia dar procurar por um lacre minúsculo em horas e horas de vídeo pixelado. Saí da loja aliviado com meu adaptador novo LACRADO, mas com a mente em frangalhos.

Depois que a internet voltou a funcionar no meu computador, meu marido disse: Viu? Não disse que ia ser fácil?


Você tá feliz? Eu já estive mais.


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Parte de escrever histórias adultas é reconhecer que a maioria das pessoas transa. Não necessariamente o tempo todo, algumas transam mais, outras menos, às vezes o sexo nem tem grande importância dentro da trama, mas está ali nas entrelinhas ou bem na nossa cara.

Cena do filme "The Blonde One"

Talvez por ser assexual, talvez por ter sido um adolescente extremamente crente, jamais saberemos, mas sexo nunca foi uma obsessão pra mim. Eu sabia que existia, entendia que as pessoas gostavam, mas nunca esteve na minha lista de prioridades da vida. Veja bem, eu tenho 30 anos hoje, meu primeiro beijo foi aos 26, fica claro que não é como se eu tivesse percorrido uma longa jornada de descoberta sexual de lá para cá. Pouca coisa mudou, na verdade. Mas, falando de escrita, a principal mudança foi meu interesse em histórias com protagonistas adultos. Comecei escrevendo histórias fofinhas, comédias adolescentes, ficção cristã... Nesse tipo de história, é fácil ignorar que sexo existe. Às vezes, esse até é o recomendado, mas, quando você quer contar o drama do cara que reencontra o ex no trabalho ou então sobre o professor particular gostoso que o eu lírico contratou para te ajudar com redações, a coisa complica um pouco mais.

Toda história adulta tem que ter sexo? Não, não tem. Quer dizer, acho que não. Mas o que descobri com esse questionamento é que eu simplesmente quero que as minhas histórias tenham. Não estou falando necessariamente de cenas explícitas, mas do reconhecimento por parte dos personagens de que sexo existe, de que eventualmente eles sentem atração sexual, compram camisinhas, se atrasam para chegar ao trabalho porque não conseguiram sair da cama com a pessoa amada, que parte dos dramas deles giram em torno do sexo com o parceiro e esse tipo de coisa. Na minha opinião, o sexo sendo essa entidade presente traz toda uma nova camada de nuance que enriquece a história em si. Não vejo motivo para deixar de fora o que, ao meu ver, deixa tudo mais interessante.

Até aí tudo bem. Mas você sabe escrever cenas eróticas? 

É o que eu estou perguntando a mim mesmo há mais de um mês e parece que a resposta é não. Mas não me dou por vencido.


Acho que tenho um certo bloqueio com cenas de sexo porque acho quase todas elas EXTREMAMENTE CAFONAS. E tudo que é cafona me faz rir. Então, quando compro um livro na Amazon, desses que tem um homem sem camisa na capa, minha reação é gargalhar na primeira menção a pênis. Esses dias fui ouvir um conto erótico no Spotify e RACHEI AO MEIO quando o narrador disse numa voz incrivelmente sexy que "ele bateu com a rola na minha cara e disse vai viadinho, chupa gostoso, putinha" kkkkkkkk 

Quem gosta dissoooooooooooo?

O fato é que muita gente gosta. Se tem história, tem público. Confesso que às vezes também fico excitado, mas a grande verdade é que sexo não é bonito. Pode ser gostoso de fazer, mas beleza talvez não seja o forte dessa atividade. Duas ou mais pessoas se atracando numa experiência que beira a quase morte, gente, os cachorros fazem igual. Não é bonito, não é elegante, mas também não precisa ser. Por que deveria? Acho que parte do frisson das experiências sexuais é justamente dar liberdade para seus instintos mais animalescos, sem se importar em como você apareceria naquele momento através das lentes de uma câmera. Não é sobre ser visto, é sobre sentir. Aí mora o desafio de quem escreve na hora de garantir o pau duro do leitor.


Ando estudando textos eróticos para tentar entender em que teclas eles costumam bater. Se o intuito não é fazer uma literatura bela, daquelas que a gente sublinha frases para guardar para sempre, qual é então? O que diferencia uma cena erótica boa de uma ruim? Sinto que perco a conexão com o livro quando a cena é muito absurda ou tudo acontece muito rápido. Acho que, quanto mais crua e direta, menos eu gosto. Gosto das cenas mais poéticas, mas sei que isso é extremamente pessoal e tem gente que odeia. Tem livro que eu leio e parece as mensagens safadas que mandamos quando estamos com tesão, mas, quando o fogo apaga, são o verdadeiro horror do constrangimento. Então depende do meu mood enquanto leio. Fico sem saber quem vem primeiro, quem é a causa e a consequência: o tesão do leitor ou o erotismo da cena? É a cena tão incrivelmente erótica que deixa quem lê molhado ou a pessoa que já chega com a saliência na cabeça que se resolve bem com quaisquer palavras safadas morando no texto?


Vai ver escrever sobre sexo seja igual praticá-lo: só se aprende fazendo. E não é eu nem você quem vai definir se uma paulada na cara do personagem é gostoso ou não. Concorda?

Menina, me deu até calor.


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Aconteceu! Mais uma vez participei do Eu Lírico, o podcast da Laura Rubianes. Sempre é um prazer bater esse papo com a Laura, mas dessa vez eu realizei o SONHO de dar uma entrevista sobre como comecei a organizar meus clubes do livro. Falei dos bastidores, contei fofoca, indiquei série e, de quebra, dei 5 dicas de como você pode criar o seu próprio clube do livro de sucesso! Tá muito legal, gente. Confira o episódio na íntegra no Spotify!

Já comentei das minhas outras participações no podcast aqui!

Todos os episódios do Eu Lírico estão disponíveis no Spotify e em outras plataformas :)


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Fonte: Upklyah (Freepik)

Lá pelo meio de 2020, decidi que me esforçaria para me tornar um influenciador digital. Por quê? Ah, tá todo mundo virando, né. É uma carreira que começou a tomar seu lugar no mundo aos poucos até que, no ápice da pandemia, pelo menos para mim, se tornou a única profissão possível. Ninguém é mais um advogado na internet. Não é o bastante ter um diploma em medicina. Se você, desafiando todos as estatísticas da geração Y, conseguiu montar um negócio rentável offline, se você conseguiu seu diploma e de fato arrumou um emprego, provavelmente descobriu que seu currículo vale cinco balas Juquinha perto de um perfil bombado no Instagram.

Eu estava mais ou menos nessa vibe errada aí.

Veja bem, eu tenho um diploma e um emprego. Uma combinação que até hoje paga todas as minhas contas e ainda me permite sonhar em ser um escritor de sucesso. Mas só sonhar mesmo, porque, na minha cabeça naquela época, até eu conseguir meu perfil com engajamento perfeito e ter 10 mil seguidores, era jogar dinheiro fora. Aí eu inventei que queria aparecer. Já sei! Vou criar conteúdo! O mal do século, gente. Modéstia à parte, eu me considero engraçado. E acho que, se espremer bem, sai de mim um conteúdo razoável. Provavelmente vou me arrepender dessa frase anterior. Mas o fato é que eu também sou um rostinho bonito! Não daqueles que as pessoas seguem só por ser bonito, mas pelo menos um que ninguém passa direto por ser feio. Ou seja, tenho potencial.

Então comecei a planejar meu conteúdo incrível sobre literatura, escrita criativa, clubes do livro. Tava lindo! Também separei uns dias para comentar sobre ser gay, uma atividade recém-adquirida nos últimos cinco anos que descobri executar muito bem. Produzi logo uns dois meses de conteúdo, agendei horrores, o Instagram estava ficando todo faceiro. Organizei uma lista com cinquenta ideias para o futuro que me dariam ainda mais o que postar. Aprendi a editar vídeos, gravei stories, IGTV, arrisquei meia dúzia de Reels, meu plano tinha tudo pra dar certo!

Tive um colapso uma semana depois.


Não demorou para eu descobrir que ODEIO produzir conteúdo que não envolva digitar apenas os textos que eu quero digitar. Mas isso é conversa pra outra hora. Meu desgosto principal foi perceber a quantidade absurda de horas necessária para eu seguir nessa jornada. Inviável pra mim. Era muito tempo com o celular na mão. Ficar acompanhando os feeds intermináveis do Twitter e do Instagram, tentando me manter relevante, comentando em postagens só para ser notado, isso foi me matando aos poucos. No meio do colapso, eu simplesmente parei com tudo. Larguei os perfis, sumi do Twitter, dei até um tempo que dura até hoje nos meus clubes do livro online. Não foi como uma detox, foi mais como uma derrota. Tipo, se eu nunca vou conseguir meu Instagram com dez mil seguidores, para quê sequer tentar escrever um conto ou um romance? Quem vai querer ler um escritor flopado?

Acabei esbarrando com o livro "How to do nothing" (aqui no Brasil lançado como "Resista! Não faça nada") da Jenny Odell que, assim, não tenho como resumi-lo aqui. A autora desfia uma ideia bastante complexa que não caberia numa thread do Twitter, porque passa por várias áreas da nossa vida em sociedade, mas uma coisa que acertou meu coração é quando ela diz que redes sociais são um delírio coletivo e ficar offline é tudo de bom. Ok, ela não chega a dizer isso no livro, mas defende como passar pelo menos algum tempo offline pode ser muito mais útil para você e o mundo ao seu redor do que ficar o dia todo vendo meme e xingando minion no Twitter.

Jenny Odell, a última pessoa sã no mundo

No fundo, meu problema nunca foi passar muito tempo online, mas, sim, nunca escolher quando ficar online. Por mim tudo bem se eu acordar dizendo Ok, vou passar o dia inteiro no sofá tweetando. É uma escolha. Minha. Mas, não sei se acontece com você nós dois sabemos que acontece, mas estou sendo gentil, às vezes eu digo que vou ler um livro, pego o livro onde o deixei, deito no sofá, abro na página em que parei e fico duas horas no celular. Fico com sede, vou abrir a geladeira, recebo uma notificação no whatsapp e morro de desidratação porque sento pra ficar rolando feed. Demoro o dobro de tempo pra fazer qualquer coisa porque fiquei 5 minutos de fato fazendo e meia hora na rede social mais favorável no momento. Indo lá e cá, mas mais lá do que cá. E, no fim do dia, eu não sinto que escolhi nada disso. Eu tinha uma lista de desejos para o dia, e nenhum deles era morar no meu celular. Foi como se eu fosse obrigado a prestar atenção naquele monte de coisa que eu tenho certeza que o meu cérebro nem é capaz de processar adequadamente. Isso gera ansiedade, histeria, tédio, aquele sentimento de tudo estar acontecendo ao mesmo tempo e, o que mais me pegava, cansaço. Porque o tempo todo tava lá eu sendo multitarefa: lendo um livro & online, digitando um relatório & online, passando pano na casa & online, cagando & online. Nunca uma coisa só, sempre pelo menos duas ou três e isso cansa.

A gente conhece aquela paz interior que só ficar um fim de semana ou um mês, nem que seja um dia desconectado, bem longe das redes sociais, nos dá. Mas cheguei à conclusão de que é inviável a longo prazo, pelo menos no meu caso. Não é o que eu quero também. Não quero ficar sem nunca mais falar com meus amigos no whatsapp. Quero trocar mensagem quando eu estiver a fim! Não quero ler todos os tweets da minha timeline e depois ficar reclamando que o dia tá chato, quero interagir o necessário pra rir um pouquinho e me informar. Não quero ficar longe do Instagram pra sempre, quero... mentira, Instagram foi com Deus mesmo, rede tóxica chata do caralho.

Enfim. Tô cultivando alguns hábitos básicos.

1. Morte ao Instagram. Ou à rede-nêmesis da sua escolha, tem site podre para todos os gostos.

2. Tirei todas as notificações de redes sociais e whatsapp. "Mas e se me mandarem uma mensagem urgente?" Se for urgente de verdade, vão me ligar.

3. Mexer no celular só depois de tomar café da manhã.

4. NUNCA levar o celular para o banheiro. Além de um atraso de vida, é anti-higiênico.

5. Separei momentos no dia para estar online e acho que esse é meu grande trunfo. Coloco até despertadores para me avisarem "Oi, se você quiser entrar no Twitter, esse é um bom momento". Daí eu pego meu celular, paro de fazer qualquer outra coisa que eu esteja fazendo, sento num lugar e fico ali até me dar por satisfeito. Isso é muito específico e vai de cada um, mas, se alguém tiver curiosidade, os meus momentos online são 10h, 14h e 20h.

É uma coisa que eu que sou apenas um mané que escreve num blog não sei explicar, mas, gente, a vida ficou tão MAIS LEVE. Deve ter um estudo em algum lugar sobre isso, pesquisem aí. Essa sensação constante de que tudo está acontecendo ao mesmo tempo e a gente não consegue acompanhar é balela, um sentimento falso causado pro estarmos com a cara enfiada o tempo todo no celular. Diminuindo meu tempo online, consegui perceber que, quando eu finalmente me conecto, nada de importante aconteceu no Twitter. O que aconteceu na minha ausência continua lá me esperando, e eu consumo tudo de uma vez no momento que eu escolhi, podendo prestar a devida atenção. A mesma coisa no Whatsapp: meus amigos estão todos lá, ninguém morreu. 

Ainda digo mais! Minha experiência com as redes sociais melhorou. Fico mais animado para conferir as novidades depois de um período offline. E vejo as notificações todas de uma vez. Me sinto uma celebridade, porque se antes eu via na hora toda notificação que chegava, cada 1 like, 1 reply, 1 mensagem, como uma galinha catando milho, agora eu pego o celular e estão lá: 10 pessoas falando comigo. Um sucesso!



Importante dizer que eu comecei com isso em Maio de 2021, e até agora tudo vai muito bem. Descobri coisas legais para fazer offline, ressuscitei velhos hobbies que eu tinha deixado de lado por causa do celular (como escrever nesse blog). Acho que, em maior ou menor grau, todo mundo se beneficia de se dar um tempo para respirar e não consumir por osmose informação nenhuma.

É isso, gente. Esse foi o meu jeito de não deixar o Mark Zuckerberg nem o Jack do Twitter destruírem minha alma, mas eu adoraria saber se mais alguém anda nessa jornada de manter a sanidade mental. Tem algum hábito diferente que tá funcionando para você? Conhece algo que poderia me ajudar a ir mais longe nesse caminho? Me recomenda alguma leitura? Diga aí.

Você tá feliz? Vamos trabalhar pra ficar.

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Se você tem a curiosidade de saber como um casal homoafetivo SENTE quem é que tem que pedir o outro em casamento, já adianto que infelizmente não é hoje que você vai descobrir. Quem souber por favor me conta, porque comigo simplesmente aconteceu.


É engraçado porque pedir a mão de alguém tecnicamente envolve uma resposta: a pessoa pode dizer sim ou ser o dia mais humilhante da vida de quem pediu. Por isso que comigo e o Arthur nem passou pela minha cabeça ter que pedir nada. Como assim pedir por uma coisa que ele já me deu? Acredito que ele se sentia do mesmo jeito. Não estávamos casados no papel, mas parecia uma mera formalidade que alguma hora a gente ia cumprir porque alguém lá atrás gritou GAY RIGHTS e também porque tenho muito interesse em herdar o patrimônio dele quando ele morrer.

Fomos noivos de pandemia, sabe, mais um desse casais que decidiram passar a quarentena juntos. Causamos uma grande comoção na internet quando postamos nossa foto de CASADOS, mas a verdade é que pra gente mudou pouco ou muito pouco. Eu casei com alguém que já era meu marido. Então pra quê, sabe?

Para o Arthur, era questão da gente deixar tudo formalizado, porque vai que acontece alguma coisa que deixa um de nós com a mão na frente e outra atrás. No caso, eu morrer, né, já que sou idoso e Arthur fica doente apenas uma vez a cada cinco anos. Também é mais fácil para conseguir acesso a serviços que apenas casais conseguem, como plano de saúde compartilhado e coisas assim. Ainda bem que ele existe na minha vida para pensar nesses aspectos práticos, pois meus interesses eram apenas os mundanos. 

Sinceramente, não dou a mínima para casamentos. Acho as festas chatíssimas, tudo brega demais e, o pior de tudo, absurdamente caro. A indústria do casamento é uma máfia, eu tenho certeza. A gente só queria realmente formalizar, então nada de festa, nada de lua de mel, nada de convidados. Se tinha uma faísca de cerimônia acesa no meu coração, a pandemia matou, de qualquer forma. Nem avisamos ninguém, só pesquisamos o que tinha que fazer, agendamos no cartório e pronto.

Tweet de @felipe_fgnds: "Não me enchem os olhos os frufrus do casamento, pra mim é assinar um documento e pronto, EXCETO que sou obcecado por alianças. Quero que as pessoas me vejam e fiquem nossa um homem de aliança e eu sim sou um homem de aliança, aqui está a aliança no meu dedo"

Se na cabeça do Arthur era só um papel, na minha, ah, meus amigos, eu só queria saber da aliança. NÃO SEI EXPLICAR a sensação de empoderamento gay que uma aliança me dá. A primeira vez que eu saí do armário pra alguém foi um grande alívio, muito emoção e acolhimento. A segunda vez também, uma maravilha. Aí teve a terceira e a quarta e... ok, tudo certo. Na quinta e na sexta, eu já tava ai, porra, vai ser isso pra sempre? E, adivinhem, vai. Eu não aguento mais ter que revelar que sou gay, que estou num relacionamento com um homem. É uma informação muito simples, mas sempre passo pelo nervoso de imaginar a quebra de expectativa da pessoa, um pouquinho de medo da reação, um leve desconforto. Fico tentando descobrir o melhor momento de me assumir explicitamente e, se não encontro, depois fico me culpando por não ter deixado o mundo saber do meu #Orgulho. Isso cansa. A aliança no dedo já faz metade do serviço pra mim.

Eu entro no recinto, e as pessoas já sabem que ali vai um homem casado. Quem me conheceu solteiro já pergunta "Você casou???" e eu preciso apenas dizer "Sim, com o Arthur". Se a pessoa comete a gafe de presumir uma esposa, eu corrijo "esposa não, marido". É a vitória do gay sobre a heteronormatividade, gente! A aliança empoderadora de gay automaticamente me coloca na posição de controle da minha própria narrativa. Deixo para os outros o embaraço, pois eu estou bem seguro de mim com minha aliança.

Arthur acha tudo um grande delírio meu. Mas tudo bem!

Estava achando tudo muito divertido, daí que eu quase morri quando bati o olho nos valores. DOIS MIL REAIS NUM ANEL??? A essa altura do campeonato, eu já tinha perdido o Arthur faz tempo, porque ele é contra qualquer coisa que custe muito mais do que realmente valha. Convenhamos, gente, é só um anel. "Ah, mas é de ouro 18k". Sim, amiga, mas ainda assim é só um anel que você pode perder, pode passar um bandido e levar junto com o seu dedo... A verdade é que nunca fui de usar anel nenhum e não tinha ideia de quanto exatamente custava um comum. Bem ou mal, alianças tendem a ser argolinhas douradas e simples, mas, apenas por conta da comoção em torno de um casamento, custa os olhos da cara. Eu não queria começar meu casamento sendo a burra que perde dois mil reais porque foi lavar a louça e a aliança desceu pelo ralo.

Resolvi comprando uma aliança de R$ 7,99 kkkkkkkkk

Tweet de @felipe_fgnds: "A mulher foi assaltada e levaram a aliança dela, meu maior medo. Principalmente porque a minha custou 7,99 e o bandido me daria um tiro só pelo desrespeito ao trabalho dele"

Só assim pra eu ter a paz necessária para andar no Rio de Janeiro exibindo minha mão de homem casado. Aposto que quem vê a gente na rua, eu com aliança e Arthur sem, fica achando que é com ele com quem traio minha esposa grávida de 8 meses. Mas tudo bem! Tô dizendo que vai ser um teste, só pra ver se eu me acostumo. Se alguém reparar que é uma biju, vou dizer que é a aliança do bandido, a de verdade está em casa. Mas sei que, quanto mais eu uso essa, mais percebo que vou ficar com ela o tanto que ela durar. Vou ao mercado reparando no dedo das pessoas casadas e, sinceramente, não vejo diferença alguma. Talvez todo mundo use aliança de 7,99, então deveríamos normalizar isso.

A Meredith Grey, que é médica e podre de rica, casou via post-it e todo mundo achou fofo, então parece que o que vale é a intenção. Isso e o sentimento, coisa que aqui em casa tem de sobra.

Eu tô muito feliz, vocês nem precisam perguntar.


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